INSTRUÇÃO DE APRENDIZ - TRABALHO

 

                                                                                                      (*) Renato Burity Oliveira

 

A origem da maçonaria se perde através das infinitas muralhas do tempo.  Remota ao berço da sociedade humana.  Volve ao tempo dos primeiros ciclos da civilização.

Orientada para a utilização sensorial e as conveniências morais do gênero humano, desde eras imemoriais, pois veio existindo a sublime Instituição Maçônica.

Nunca foi e nem será de nenhum país.  É uma Instituição Universal.

A Ordem Maçônica é uma associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita harmonia e igualdade, intimamente ligados por laços de recíproca estima, confiança e amizade, estimulando-se, uns aos outros, na prática das virtudes.

A responsabilidade na conduta social constitui um dos requisitos cogitados pela Maçonaria antes de conceder ao profano a iniciação nos seus augustos mistérios.

Tradicionou essa exigência muito judiciosamente porque, depois de iniciado através do processo regular, o profano torna-se um legítimo representante da Ordem.

A venda que lhe é aplicado sobre os olhos faz lembrar-lhe o efeito que exerceu as trevas da ignorância no estendal do espírito.  Dita venda, tomada formal, é uma simples tira de pano para tapar os olhos.

No sentido figurado, representa a cegueira material.  E no sentido esotérico lembra a transmutação do vício para a virtude, das trevas para a luz.  Em síntese, é o mais singelo dos símbolos, do qual decorre a ensinança do renascimento para a imortalidade no plano espiritual.

Ao ser deixado sozinho na Câmara das Reflexões, um pouco antes de ser conduzido à porta do Templo, o candidato é submetido a certas exigências litúrgicas, a uma sondagem a respeito do seu estado de ânimo e do seu particular conhecimento filosófico.

Quando o despojam dos seus metais e empobrecem-nos no seu vestuário, isso significa-lhe que todo aquele que deseja dedicar-se à investigação da verdade deverá, antes de tudo, aceitar as condições de humildade, sem nenhuma restrição.

Compreendendo que a virtude é um dote do espírito, dispensa qualquer adorno relacionado com a matéria.

O postulante terá chegado à conclusão de que a iniciação constituirá o ato mais solene de sua vida, o passo mais acertado que pôde encetar na procura das inspirações que induzem seu coração a cumprir as finalidades de existência neste mundo.

Sendo o 1º grau o alicerce da maçonaria simbólica, do aperfeiçoamento humano, compete ao Aprendiz-maçom o trabalho de desbastar a Pedra Bruta, isto é, desvencilhar-se dos defeitos e paixões, para poder concorrer à construção moral da Humanidade, que é a verdadeira obra da Maçonaria.

A régua de 24 polegadas era usada pelos maçons operativos para medir e delinear os trabalhos, medindo também o tempo e esforço a despender.

O Maço é instrumento importante, e nenhuma obra poderá ser acabada sem ele. Ensina-nos, também, que a habilidade sem o emprego da razão é de pouco valor e que o trabalho é uma obrigação do homem.

Com o Cinzel, o obreiro dá forma e regularidade à massa informe da Pedra Bruta e pode marcar impressões sobre os mais duros materiais.  Por ele aprendemos que a educação e a perseverança são preciosas para se chegar à perfeição.

A forma da loja é a de um quadrilongo.  Seu comprimento é do Oriente ao Ocidente.  Sua largura, do Norte ao Sul. Sua profundidade, da superfície ao centro da terra, e sua altura, da terra ao Céu.

Orienta-se a Loja do Oriente ao Ocidente, porque, como todos os lugares do Culto Divino e templos antigos, as Lojas Maçônicas assim devem estar, porque:

-                 O Sol, que é a maior Glória do Senhor, nasce no Oriente e se oculta no Ocidente.

-               A civilização e a ciência vieram do Oriente, espalhando as mais benéficas influências, para o Ocidente;

-              A doutrina do Amor e da Fraternidade, o exemplo do cumprimento da Lei, vieram também do Oriente, trazidos pelo Divino Mestre. 

       Sustentam nossa Loja três grandes Colunas, denominadas SABEDORIA, FORÇA e BELEZA.

       A Sabedoria deve orientar-nos no caminho da vida; a Força,  anima-nos a sustentar em todas as dificuldades, e      a Beleza, adornar todas as nossas ações, noss o caráter e nosso espírito.

                     Estas três Colunas representam também;  Salomão, pela sabedoria em construir o Templo de Jerusalém ao serviço de Deus.  Hiram, rei de Tiro, pela força que deu aos trabalhos do Templo, fornecendo homens e materiais, e Hiram-Abib, por seu primoroso trabalho em adorná-lo, dando-lhe Beleza sem par, até hoje nunca atingida.

O Teto das Lojas Maçônicas representa a Abóbada Celeste,  de cores variadas.  O caminho para atingir essa Abóbada, isto é, o Céu, o Infinito é representado pela escada composta de muitos degraus existente no Painel da Loja e conhecida por Escada de Jacó, nome que como fiel guardiã das antigas tradições, a Maçonaria o conserva.  Cada degrau representa uma das virtudes exigidas ao Maçom para caminhar em busca da perfeição moral.

O Pavimento de Mosaico, com seus quadrados brancos e pretos, nos mostra que, apesar da diversidade, do antagonismo, de todas as coisas da Natureza, em tudo reside a mais perfeita harmonia.

A Orla Dentada, enfim, mostra-nos o princípio da atração universal, simbolizada no Amor.  Representa com seus múltiplos dentes, os planetas que gravitam em torno do Sol; os  povos reunidos em torno de um chefe, os filhos reunidos em volta dos pais, enfim, os Maçons unidos e reunidos no seio da Loja, cujos ensinamentos e cuja moral apredem para espalha-los aos quatro ventos do Orbe.

Os utensílios da Loja que consistem, no Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, sem os quais a Loja não pode atuar legalmente.

A Loja é descrita como justa, perfeita e regular.

É justa porque tem aberto o Livro da Lei; é perfeita porque contém sete ou mais Mestres Maçons; é regular porque possui carta constitutiva da Grande Loja.

O Livro da Lei representa o Código Moral que cada um de nós respeita e segue, a filosofia que cada qual adota e, enfim, a fé que nos governa.  É o traçado espiritual para o aperfeiçoamento do Maçom que queira atingir o topo da Escada de Jacó, após haver desbastado as asperezas do seu Eu, asperezas essas representadas pela ambição, orgulho, egoísmo e demais paixões, que torturam os corações profanos.

O compasso e o esquadro que só se mostram unidos na Loja, representam a medida justa que deve presidir a todas as nossas ações, as quais não podem se afastar da justiça e retidão, que regem todos os atos de um verdadeiro Maçom.

As pontas do Compasso, ocultas sob o Esquadro, significam que o Aprendiz, trabalhando somente na Pedra Bruta, não pode fazer uso daquele, enquanto sua obra não estiver perfeitamente acabada, polida e esquadrejada.

Mantendo a tradição egípcia a Maçonaria realiza ansinamentos, mostrando seus Augustos Mistérios por meio de símbolos e alegorias, pelos quais, oculta suas verdades ao mundo profano, só as revelando àqueles que ingressam em seus Templos.  A exemplo disso, no Evangelho Segundo Marcos, capítulo 4, versículo 11, Jesus Cristo disse aos seus Discípulos, “A VÓS É CONFIADO O MISTÉRIO DO REINO DE DEUS, MAS AOS DE FORA, TUDO SE LHES DIZ POR PARÁBOLAS”.

 

 (*)  Trabalho apresentado na Loja Paz e Liberdade nº 115, Or.·. de Jaguaquara (BA),  pelo  Ir.·. Renato Burity Oliveira, quando Apr.·. M.·.

fonte: Ritual do Apr.·. M.·.

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