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BREVE HISTÓRIA
DO GOEB
Atenção : Este artigo , cuja fonte
encontra-se em seu final , mereceu CONSIDERAÇÕES do
Ir. José Castellani - O tópico inicial é original , o
final , são as considerações .
A Bahia foi o berço da Maçonaria do Brasil
,assim como foi o berço do descobrimento de nossa Pátria amada.
A história do Grande Oriente Estadual da Bahia é uma historia de
entusiasmo, de estoicismo de humildade, de amor e de tantas outras
virtudes, assim como o Brasil, que lutou para transpor as
barreiras e se tornar Grande e respeitado, isso só nos honra e
nos enche de orgulho. Nenhum patrimônio tão rico e nenhuma lição
é tão bela, quanto a herança que recebemos dos que nos
antecederam. Se algum Irmão quiser ser digno de si mesmo, há que
ser antes digno dessa herança! Já no início do Século XX,
estabelecidas as normas constitucionais Maçônicas para a criação
e instalação dos Grandes Orientes Estaduais, era de se esperar
e, até imperativo que a Bahia, tendo sido a primogênita das
atividades Maçônicas do Brasil, fosse também um dos primeiros
Estados a ter sua Unidade Federativa junto ao Grande Oriente do
Brasil. já que algumas crônicas e artigos de pesquisador es dão
conta de que a primeira Loja Maçônica da Bahia e do Brasil foi a
"Cavaleiros da Luz", fundada em 1797, numa fragata
Francesa que se achava ancorada na povoação da Barra em
Salvador, em 1802, foi fundada a loja 'Virtude e Razão",
dando origem em 1813 à Loja "União" e Loja
"Humanidade". Entretanto um fato lamentável, no que
tange à unidade Maçônica, eclodiu em 1927, no seio da Maçonaria
Brasileira, atingindo em cheio a todas as unidades federativas e,
de modo mais contundente, a Bahia. Trata-se do famigerado
"Cisma" que provocou a explosão da Maçonaria do
Brasil, dividindo-a em várias Potências, algumas delas sem o
devido reconhecimento. Outras todavia, ganharam fórum e perduram
até os dias atuais.
Esse "Cisma" provocou graves conseqüências para a Maçonaria
Brasileira. A Bahia porém, foi o Estado mais atingido porque
restaram apenas algumas Lojas - menos de uma dezena -
jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasil, tendo em vista que,
após a publicação do Manifesto do Soberano Supremo Conselho, em
15 de dezembro de 1927, tornando público o rompimento da
Confederação, arrastou consigo quase todas as Lojas do
"R.E.A.A." para as Grandes Lojas Unidas da Bahia. O
"Cisma" entretanto, não apenas provocou a evasão de
Lojas do Grande Oriente do Brasil para outras Potências, fomentou
também a discórdia entre Maçons, principalmente aqueles que
desconhecem, ou ignoram que a Maçonaria , seja qual for a
denominação, ou titularidade que se lhe venham dar, é, por sua
natureza universal e anti-dogmática, indivisível.
O infausto acontecimento chegou a tal magnitude na Bahia, que a
maioria das Lojas jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasil,
segundo relatos dos Irmãos Florisvaldo Carvalho Molinari, Carlos
Eugênio Rangel e Alencastro Morais d a Silva,
"Transferiram-se para 0a novel Potência- As Grandes Lojas
Unidas da Bahia, ficando poucas delas". Como as diretrizes Maçônicas
exigiam o mínimo de treze Lojas Regulares para que se pudesse
Criar uma Unidade Estadual, e o Grande Oriente do Brasil sofrera
um duro golpe, perdendo a maioria de suas Lojas na Bahia,
tornou-se impossível, a curto prazo, a instituição do Grande
Oriente Estadual da Bahia, por mais que desejassem seus adeptos.
Como se isso não bastasse, pouco tempo depois, Getúlio Vargas
implanta a ditadura do chamado "Estado Novo", com receio
do crescimento do movimento Integralista Brasileiro que tinha como
líder Nacional Plínio Salgado e na Bahia o Irmão Romulo de
Almeida Mercuri, a ditadura, também não suportava os ideais Maçônicos
e moveu terrível perseguição aos Maçons Liberais, fechando
consequentemente, a maioria das Lojas.
Retomando ainda a questão do "Cisma", vale a título de
depoimento, transcrever aqui, outro trecho importante, diga-se de
passagem, documentado, do relato dos Irmãos Carlos Eugênio
Rangel, Alencastro Morais e Raimundo Moreira : "Era uma
esperança dos novos Maçons, iniciados no Grande Oriente do
Brasil, restruturá-lo na Bahia e, por conseguinte, fundar o
Grande Oriente Estadual da Bahia, cuja idéia teve inúmeros
adeptos, até mesmo os das Grandes Lojas Unidas da Bahia que
discordavam do separatismo existente. A esse respeito, um fato
documentado comprova esta afirmativa: Um Irmão da GLUB, Florival
Bastos Ferreira, da Loja Filhos de Salomão, sabedor da existência
de uma Loja Maçônica na Ladeira das Fontes das Pedras, lá
compareceu e pediu ingresso na Loja "Luz e Labor" do GOB,
sendo- lhe concedido. A partir de então, foi um lutador incansável
pela reunificação, infelizmente, ainda não realizada. Pouco
tempo depois, num Congresso Maçônico promovido pêlos Grãos-Mestres Estaduais,
o Grão-Mestre Geral informou acerca da gestão por ele enviada,
junto à Confederação das Grande Lojas, no sentido de passar o
Governo Geral a quem fosse eleito pelo Povo Maçônico, desde que
se efetive a tão desejada Reunificação".
Desde a eclosão do "Cisma" em 1927 fomentado por Mário
Behring, até a fundação do Grande Oriente Estadual da Bahia,
segundo os registros encontrados e relatados pêlos Irmãos
Rangel, Molinari, Alencastro e Raimundo, Foram Delegados do GOB
neste Estado da Bahia os Irmãos Ponciano Moreira, Nelson Cândido
de Lima, Willen do Prado Moreira, Walke Corrêa de Araújo e
Bernado Spector. Ainda nesse período, foi fundada uma loja pelo
Irmão Ponciano Moreira - A Loja Rodrigues Neves - que funcionava
no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador.
Em 1950, foram fundadas as Lojas Luz e Labor, Cavaleiros da
Fraternidade e Amor e Harmonia. O entusiasmo não parou por aí.
Seguiram-se a estas outras instalações de Lojas no Interior e na
Capital, e, já em 1956, contava o Grande Oriente do Brasil com
treze Lojas na Bahia, na Capital: União e Justiça, Cavaleiros da
Fraternidade, Luz e Labor, Dois de Julho, Amor e Harmonia, Cruz de
Malta. No Interior: Cavaleiros do Oriente em Vitória da
Conquista, Deus Luz e Caridade em Caravelas, Justiça e Trabalho
em Ubaitaba, Luz Caridade e Progresso em Tanquinho de Feira,
Regeneração Sul Baiano em Ilhéus, Segredo Força e Aliança em
Feira de Santana, Segredo Força e União em Juazeiro, União e
Sigilo em Belmonte. Antes da fundação do Grande Oriente Estadual
da Bahia, as Lojas existentes funcionavam em duas Sedes: Uma na
Ladeira da Fonte das pedras, onde funcionavam as Lojas Luz e Labor
e a Cavaleiros da Fraternidade; e a outra na Praça Castro Alves
n. 4 - segundo andar, onde funcionavam originariamente, a Loja 2
de Julho e União e Justiça e posteriormente, as Lojas Amor e
Harmonia e Cruz de Malta, fundada em 1956. Até a fundação da
Cruz de Malta, os Breves Constitutivos, Documentos de Admissão,
Diplomas e Medalhas eram concedidos pelo Poder Central. Naquela época.
Segundo Relatório dos Irmãos Carlos Rangel, Alencastro e
Raimundo Moreira, a primeira reunião pró-fundação do Grande
Oriente Estadual da Bahia deu-se 10 de setembro de 1960, no
segundo andar do Prédio da Praça Castro Alves 4, nessa Reunião,
que transformou-se em Assembléia Geral, na qual procedeu-se uma
eleição para o preenchimento dos cargos, cujo o resultado
acusou: Presidente - Nelson Cândido de Lima, Vice-presidente - João
Falcão Brandão, Orador - Durval Tavares Carneiro, Secretário -
Epaminondas Libório Pereira, Tesoureiro - Florisvaldo Carvalho
Molinari e Coordenador- Alencastro Morais da Silva. Nessa Reunião,
diversas propostas foram apresentadas, destacando-se uma do Irmão
João Falcão, contrário a fundação do novo Grande Oriente, e
sim pelo " Soerguimento do já adormecido" em 1927.
Assembléia no entanto concluiu pela fundação de um novo GOEB.
Segundo a Ata de Fundação, a nova Administração ficou assim
constituída:
Grão-Mestre Estadual Bernardo Spector ; Grão-Mestre
Adjunto Arivaldo Prata Reynel ; 1º Grande Vig.Darcy
da Costa Ramos ; 2º Grande Vig. Gerson Lemos Couto ; Gr.
Orador .Nilson Tosta de Araújo ; Gr. Orador Adjunto
Veríssimo da Silva Bitencourt ; Gr. Secretário
.Salatiel Ferreira de Queiroz ; Gr. Secretário Adjunto Luiz
Gonzaga de S. Neves ; Gr. Secretário de Finanças
Enio Machado Vilar Gr. Secretário de Finanças Adjunto
Potyguara Freire da Silva ; Gr. Hospitaleiro Adelino Barroso Ruas
:
Gr. Secretário de Relações Maçônicas Osvaldo Figueredo
Silva ; Gr. Mestre de Cerimônias Abdala Kalil Endráus ; Gr. Cob.
João Martins Almeida .
Terminava portanto a grande batalha que se arrastara por mais de
meio século, deixando agora, um saldo positivo. Nessa penosa
trajetória, muitos foram as escaladas íngremes e pedregosas;
muitas foram as veredas obscuras em labirintos intermináveis que,
somente seriam vencidos, como de fato o foram pelo estoicismo,
pelo amor à causa impessoal, pela consciência universalizada que
só a estirpe Maçônica pode incorporar sem temor.
©1998 GOEB - Fonte: Pagina do Grande Oriente Estadual
da Bahia ,
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Algumas ressalvas, que faço, em relação ao
trabalho apresentado : |
1. O
primeiro ensaio de Obediência provincial federada ao
GOB, ocorreu, em 1872, com a criação da Grande Oficina
Provincial, em São Paulo, desaparecida em 1879.
Em 1889, o Grão-Mestre do GOB, Luís Antônio Vieira da
Silva, visconde Vieira da Silva, autorizava a criação
de uma Grande Loja Provincial em São Paulo, subrodinada
ao GOB, pouco antes da proclamação da República.
Quando o marechal Deodoro renunciou ao Grão-Mestrado, a
18 de dezembro de 1891, foi substituído pelo Adjunto,
ministro Antônio Joaquim de Macedo Soares. E, durante o
período de interinidade deste, era promulgada a
Constituição de 1892, a qual, entre outras coisas,
previa a criação de Grandes Lojas estaduais federadas
ao GOB.
O título GRANDE
LOJA foi,
portanto, introduzido pelo GOB, para designar Obediências
estaduais federadas.
E as duas
primeiras Grandes Lojas estaduais federadas ao GOB foram
as de São Paulo e da Bahia, criadas,
respectivamente,
a 14 de maio de 1892 e a 7 de março de 1892.
A Grande Loja do
Estado da Bahia foi instalada a 14 de maio de 1893 e
seria extinta a 6 de agosto de 1900, diante da dissidência
das Lojas baianas, que, a 7 de março de 1900, haviam
fundado um espúrio Grande Oriente Autônomo da Bahia,
separando-se do GOB. A Bahia foi, portanto, um dos
primeiros Estados --- na realidade, o primeiro,
cronologicamente --- a ter a sua Obediência federada,
ao contrário do que pensa o autor do texto. Antes
disso, inclusive, já houvera uma Grande Loja
Provincial,criada em Salvador, em 1889, a exemplo
da de S. Paulo. Posteriormente, a Constituição de 31
de dezembro de 1900 (último ano do século XIX)
facultava a criação de Grandes Orientes estaduais. A s
Lojas baianas continuaram diretamente federadas ao GOB,
sem formar Obediência (depois houve Delegacia
estadual).
O Grande Oriente Estadual da Bahia foi fundado a 16 de
janeiro de 1963 e instalado a 2 de julho de 1964.
2. O que foi criada a 22
de maio de 1927, não foi a Grande Loja Unida da Bahia,
mas, sim, a Grande Loja Simbólica do Estado da Bahia.
Foi a primeira a ser criada pelos dissidentes de 1927,
tomando, por isso, o nº. 1. Em 1932, ela passou a ser
apenas Grande Loja do Estado da Bahia. A Grande Loja
Unida da Bahia foi constituída apenas a 26 de março de
1954, como sucessora da Grande Loja da Bahia, no sentido
de retomar muitas das Lojas antigas, que haviam
participado da dissidência, mas já haviam retornado ao
Grande Oriente do Brasil. Por ocasião da transformação,
houve alteração do número das Lojas, no registro
geral da Obediência.
3. Por favor: não existem
Grandes Lojas Unidas da Bahia, como não existem Grandes
Lojas Unidas da Inglaterra, ou Grandes Lojas do Estado
de São Paulo, ou Grandes Lojas do Texas. Existe, sim,
Grande Loja Unida da Bahia, Grande Loja Unida da
Inglaterra, Grande Loja do Estado de São Paulo, Grande
Loja do Texas, e assim por diante, NO SINGULAR. Venho, há
muito tempo, chamando a atenção para essa verdadeira
mania que os maçons do Grande Oriente têm, de colocar
no plural o título de cada Grande Loja, provocando, até,
chacotas de seus Irmãos das Grandes Lojas (aí, sim, no
plural).
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José Castellani ---
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