Av. Soares Lopes
(Antiga)
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Av. 2 de Julho (Antiga Feira)
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Vista
aérea
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Baia de
Pontal
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Vista parcial |
Catedral |
POPULAÇÃO:
220.144
ÁREA TERRITORIAL: 1.841 Km2
A história de Ilhéus remonta a época das Capitanias Hereditárias, quando
D. João III doou vasta extensão de terra ao Donatário Jorge de
Figueiredo Correia. Instalada em 1535 na Ilha de Tinharé,
antigo domínio da Capitania de Ilhéus, a sede administrativa logo se mudou para a
região da Foz do Rio Cachoeira, a chamada Baía de Ilhéus. O donatário da Capitania preferiu o luxo e
o fausto da corte, enviando o destemido espanhol Francisco Romero para enfrentar e depois pacificar a bravura dos
índios tupiniquins.
No início, seu espaço territorial incluía até o estado de Goiás e a
área onde hoje está o Distrito Federal, a Capital da República.
Logo, a amizade dos colonizadores com os nativos tornou possível a fundação
cultural da Vila de São Jorge dos Ilhéus, que se transformou em freguesia em 1556 por ordem de
D. Pero Fernandes Sardinha. Considerada por Tomé de Sousa como "a melhor coisa desta costa, para fazenda" a região se tornou
produtora de cana-de-açúcar e ganhou muitas construções. Mas, com a chegada dos ferozes
índios Aimorés,
que passaram a atacar as plantações, Ilhéus sofreu o declínio econômico que
resultou em decadência. No século XVIII com a importação de mudas de cacaueiros da
Amazônia e
sua notável adaptação à condições climáticas da região, Ilhéus viu brilhar
diante de si um novo eldorado. O cultivo do cacau passou a gerar um número sem
fim de histórias, receadas de cobiça, amores e lutas pelo poder, formando um
terreno fértil para os romances de Adonias Filho e Jorge Amado, onde narram as paixões desenfreadas dos coronéis por dinheiro,
mulheres e terras.
A carta da doação da Capitania de Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia foi assinada em Évora a 26 de junho de 1534. O
donatário mandou em seu lugar o preposto Francisco Romero, que primeiro se instalou na ilha de Tinharé, onde fica o
Morro de São Paulo e depois, quando descobriram o que seria mais tarde a
Baía do Pontal, se encantaram e fundaram a sede da capitania, dando o nome de
São Jorge dos Ilhéus, uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido à
quantidade de ilhas que encontraram.
Além das que existem ainda hoje, como a Pedra de Ilhéus e a Ilha do Frade, os
morros de Pernambuco e o atual Outeiro de São Sebastião também eram ilhas. Nos primeiros quinze anos o progresso da vila
era enorme e atraía todo tipo de pessoa. Em 1556 a vila já possuía a igreja
Matriz e relativa produção de cana-de-açúcar. Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra que se chamavam sesmarias a
diversas figuras importantes do reino, e em 1537 doou uma
sesmaria a Mem de Sá, que seria o terceiro Governador Geral do Brasil,
localizada no que foi chamado Engenho de Sant Ana, e onde hoje está localizado o
povoado de Rio do Engenho. Ainda restam vestígios deste engenho que foi
explorado pelos jesuítas e onde está localizada a capela de Nossa Senhora de
Sant Ana, considerada a terceira igreja mais antiga do Brasil.
Depois da deportação do colonizador Francisco Romero, a Vila foi atacada por
corsários franceses, enfrentando uma séria crise econômica no Século XVII.
A capitania foi a leilão e arrematada por Dona Helena de Castro. Na metade
do século, um terrível ataque de holandeses agravou ainda mais a crise na
capitania. A vitória dos habitantes da vila fez construir um templo religioso em
um dos morros da vila para Nossa Senhora da Vitória.
Em 1754 o governo português acabou com o sistema de Capitanias Hereditárias e as terras brasileiras voltaram para as mãos do
governo. Foi nessa época que iniciaram o plantio do cacau. As
primeiras sementes foram trazidas do Pará, pois o cacau é planta
nativa da região amazônica, pelo francês Louis Frédéric Warneaux, e plantada na fazenda Cubículo, às margens do rio
Pardo, hoje
município de Canavieiras.
Naquela época não se tinha conhecimento da importância do chocolate na
alimentação e só pensava-se em cultivar a cana-de-açúcar, que era o que rendia muito. Foi somente na século seguinte,
nas primeiras décadas que os alemães chegados à região e, 1821 começaram o
plantio do cacau
como cultura rentável. Até 1890 foram os estrangeiros que plantaram cacau. A partir
desta data é que houve uma verdadeira corrida para a ocupação das terras de
mineração.
A
Vila iniciou um período de prosperidade, impulsionando o movimento que
reivindicava e elevação de Ilhéus à categoria de Cidade. No dia 4 de
junho de 1881, a Assembléia da Província da Bahia aprovou, por unanimidade,
projeto do deputado-sacerdote Manoel Teodolindo Ferreira, convertido em
resolução no dia 28 de junho do mesmo ano. A cidade foi instalada no dia
14 de agosto, quando era presidente da Província o Marquês de
Paranaguá. Na época, Ilhéus tinha 6.700 habitantes, considerado um dos
mais importantes distritos eleitorais da Bahia.
Em 1913 a cidade foi transformada em bispado. O
governo brasileiro doava terras a quem quisesse plantar cacau. Vieram
sergipanos e pessoas fugidas da seca do nordeste, do próprio estado e de todo
lugar, Em dez anos a população cresceu de uma forma explosiva, plantava-se cacau em
abundância, vieram pessoas buscando o eldorado e a região mudou seu aspecto.
Nesta época começaram a construir belos edifícios públicos como o Palácio do
Paranaguá que abriga até hoje a Prefeitura e a sede da Associação
Comercial de Ilhéus; belas casas, como a do "coronel" Misael Tavares
onde hoje funciona o Palácio Maçônico da Loja Regeneração Sul Baiana e a da família Berbet
de Castro, uma cópia do Palácio do Catete no
Rio de Janeiro e muitos outros belos prédios.
Na década de vinte deste século, Ilhéus fervilhava de pessoas, de dinheiro,
de luxo e riqueza. Foi construído o prédio do Ilhéos Hotel (a grafia antiga), o
primeiro com elevador no interior do Nordeste, uma obra ainda hoje imponente, e o Teatro Municipal que esteve em
ruínas, mas que foi reformado e é considerado um dos mais bem aparelhados do
interior do Nordeste e fora das capitais.
Ilhéus sempre primou pelo bom gosto e pelo requinte, sempre teve muita
ligação com a Capital Federal, o Rio de Janeiro (enquanto capital do país) e também com a
Europa. Em
1921, quando inaugurou, sua casa, o "coronel" Misael Tavares ofereceu um banquete e o cardápio do jantar estava escrito em
francês. Era comum as famílias possuírem pianos, muitas vezes até de cauda em
suas casas e até fazendas. Vinham da Europa nos
navios.
A exportação de cacau era um problema, pois era feita pelo porto de Salvador.
Havia muita dificuldade no embarque e perda de qualidade e de peso. Em 1924, os cacauicultores iniciaram a construção do porto de Ilhéus com recursos próprios,
e a exportação do cacau começou a ser feita diretamente na cidade, trazendo com isso a
presença de estrangeiros e um intercâmbio cultural com países da Europa. Nesta
época vinham dançarinas, mágicos, e também aventureiros para divertir as pessoas
que possuíam dinheiro.
Havia cabarés, clubes noturnos, cassinos. A cidade era movimentada e é esta
época narrada por Jorge Amado em seus romances. Uma época de muito dinheiro e de muito luxo.
O grande fluxo financeiro originado pela produção e exportação de cacau deu origem
a peculiaridades no desenvolvimento da Região da Costa do Cacau, região
geoestratégica da Bahia.O desenvolvimento da produção e a busca por melhor qualidade nesta
commodity,
levaram as lideranças regionais e os produtores a criar a CEPLAC, Comissão
Executiva de Desenvolvimento e Preservação da Lavoura Cacaueira.
Hoje um órgão do Ministério da Agricultura, com importante centro de pesquisa, o
CEPEC. A demanda regional por educação superior, buscada nas década de 40 e
50 em Salvador, principalmente pelos filhos de coronéis do cacau, gerou o anseio
pela implantação de faculdades e instituições de ensino superior na região. A
UESC, Universidade Estadual de Santa Cruz, é fruto desta demanda, e hoje torna-se
referência nordestina em formação profissional de nível superior, e firma-se
como importante instituição de produção científica no nordeste, sendo a segunda
da Bahia, somente
superada pela UFBA.
A cidade de São Jorge dos Ilhéus fica situada em local privilegiado. Recortada por muita
água, sua chegada por avião é muito bonita e emocionante. O centro da cidade
fica localizado numa ilha artificial formada pelos rios Almada, Cachoeira
e Fundão e ainda pelos canais Jacaré e Itaípe, este último construído no final
do século antepassado pelo engenheiro naval François Gaston Lavigne, oficial do
exército de Napoleão. Este canal foi construído para facilitar a passagem das canoas que
traziam cacau da região do rio Almada para o embarque no porto. Compondo a área
de preservação ambiental da bacia hidrográfica deste rio, a Lagoa Encantada possui beleza natural impar, elevado nível de preservação
ambiental, lindos passeios de barco, com cachoeiras e contato com a natureza.
A partir do meado da década de oitenta a monocultura cacaueira sofreu um rude
golpe na sua característica principal que era a de gerar muita riqueza. A seca
constante provocada pelo fenômeno El Niño, os
baixos preços internacionais e por último a praga denominada vassoura-de-bruxa, fizeram da cacauicultura uma atividade menos rentável. Se
para uns isto representou tristeza e angústia, para a região permitiu que se
pensasse em outras atividades rentáveis. Foi então que Ilhéus renasceu, desta
vez para o turismo. A implantação de projetos industriais e o surgimento do pólo
de informática têm sido também alternativas de desenvolvimento.
O Século XX foi marcado pelo apogeu da lavoura de cacau, atraindo para Ilhéus
personalidades importantes do País e do Exterior. Essa fase da história é
retratada na literatura do escritor Jorge Amado, testemunha de todo o progresso
de Ilhéus na primeira metade do século.
João Batista Sá de Oliveira |
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1890 - 1893 |
Joaquim Ferreira de Paiva |
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1893 - 1896 |
Manoel Hollenwerger |
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1896 - 1896 |
Ernesto de Sá |
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1897 - 1899 |
Antonio Pessoa da Costa e
Silva |
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1900 - 1900 |
Ernesto de Sá |
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1900 - 1904 |
Domingos Adami de Sá |
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1904 - 1907 |
João Mangabeira |
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1908 - 1911 |
Arthur Lavigne |
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1912 - 1912 |
Antonio Pessoa da Costa e
Silva |
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1912 - 1915 |
Manoel Misael da Silva
Tavares |
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1916 - 1919 |
Eustáquio de Souza Bastos |
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1920 - 1923 |
Mario Pessoa da Costa e Silva |
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1924 - 1927 |
Durval Olivieri |
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1928 - 1930 |
Eusínio Gastone Lavigne |
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1930 - 1937 |
Raimundo do Amaral Pacheco |
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1937 - 1938 |
Mario Pessoa da Costa e Silva |
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1938 - 1942 |
Eunápio Peltier de Queiroz |
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1943 - 1944 |
Eduardo Eurico de Siqueira |
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1944 - 1945 |
Tácito de Sá Bittencourt
Câmara |
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1945 - 1946 |
Álvaro de Melo Vieira |
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1946 - 1948 |
Arthur Leite da Silveira |
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1948 - 1948 |
Almir Brandão Pinto |
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1948 - 1948 |
Arthur Leite da Silveira |
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1948 - 1951 |
Pedro Vilas-Boas Catalão |
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1952 - 1955 |
Herval Soledade |
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1956 - 1959 |
Henrique Weyll Cardoso da
Silva |
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1960 - 1963 |
Herval Soledade |
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1963 - 1967 |
Nerival Rosa Barros |
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1968 - 1968 |
Afro Leal Barros Neto |
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1968 - 1969 |
João Alfredo Amorim de
Almeida |
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1969 - 1970 |
Edmon Darwich |
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1971 - 1972 |
Ariston Cardoso |
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1973 - 1976 |
Antonio Olímpio Rehem da
Silva |
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1976 - 1982 |
Josiel Martins |
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1982 - 1982 |
Jabes Ribeiro |
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1983 - 1988 |
João Lyrio |
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1989 - 1992 |
Antonio Olímpio Rehem da
Silva |
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1993 - 1996 |
Jabes Ribeiro |
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1997 - 2000 |
Jabes Ribeiro |
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2001 - 2004 |
Valderico Reis |
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2005 - 2007 |
Newton Lima |
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2007 - 2008 |
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